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Ozarfaxinars

e-revista  ISSN 1645-9180

Direção: Jorge Lima   Edição e Coordenação: Fátima Pais

 

[Outros números publicados]

 

 

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Março 2022

AFC - Inovação e Autonomia e Flexibilidade Curricular com Projetos

Lídia Serra, Ema Alves e Maria Nazaré Coimbra

    

Uma escola inclusiva, promotora de melhores aprendizagens para todos os alunos é o aforismo que sustenta o quadro legal que estabelece o novo currículo do ensino básico e secundário. Tendo por referência a legislação em matéria de Autonomia e Flexibilidade Curricular, esta ação pretende contextualizar a opção curricular que olha para os projetos como ferramentas passíveis de apropriação pelas disciplinas e, simultaneamente, como recursos para o desenvolvimento curricular. Efetivamente, prevalece a intenção de sensibilizar e consciencializar para uma nova escola na qual os professores e os projetos assumem o papel de agentes de desenvolvimento curricular, num contexto que privilegia o trabalho colaborativo ao nível da planificação, realização e avaliação do ensino/aprendizagem.

 

 

   

Este número da OZARFAXINARS é dedicado à divulgação de estratégias de aprendizagem baseadas em projetos em curso no AEPL - Agrupamento de Escolas do Padrão da Légua, e, está associado a atividade de formação que decorreu no dia 30 de Janeiro de 2019.

   

Lídia Serra    Ema Alves    Maria Nazaré Coimbra

                                                                                                                                                     

(Consultar notas curriculares)

     

  

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Exemplo de um projeto de AFC a decorrer no AEPL

- Projeto Comunicar: Ateliê Escrita Divertida 

   

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Opiniões dos(as) Monitores(as) sobre a sua participação

no Projeto Comunicar / Escrita Divertida

  

 Dia de Gala e Intervenções nas turmas do Ensino Básico

M1: Estou a frequentar as sessões de formação de Escrita Divertida, pois a escrita é essencial, é o mais importante. Escrever bem não é fácil. É preciso escolher as palavras certas e estruturar o texto. Às vezes, olhamos a folha em branco e não conseguimos escrever um bom texto. Se soubermos escrever, dominamos o conhecimento e podemos intervir no mundo.

M2: Sou monitor desde o início do ano. As primeiras duas sessões não foram fáceis, pois a professora (…) puxou mesmo muito por nós. A roda da escrita até que foi acessível, mas os textos para escrever, com base em modelos de poemas foram difíceis. Ainda tenho muito a aprender.

M3: Ser monitora é uma responsabilidade! É preciso saber bem o guião e a parte da dramatização. Os alunos (de 7º e 8º anos) tratam-nos por “Professora” e “Professor”, chamam-nos e pedem-nos ajuda: “Ó professora, venha cá”. “ Professora, já fizemos”. (…) É preciso saber responder às dúvidas dos alunos mais novos, explicar  e corrigir textos. É mesmo uma responsabilidade.

M4: Vim para as sessões de formação, pois quero melhorar a minha escrita, tenho ainda muito a melhorar. (…) Não gosto de trabalhar com crianças, mas trabalho em outras tarefas.

M5 e M6: Adorámos a intervenção nas turmas de 7ºano,  quarta de manhã e de tarde. Nós, monitores, trabalhámos em equipa e funcionou tudo muito bem. Em trabalho de grupo, os alunos selecionaram a sua palavra perdida e construíram os acrósticos, como estava previsto. Ficámos impessionadas, pois os alunos empenharam-se, pesquisaram e escreveram textos com muita qualidade. Sentimos uma receção calorosa por parte dos alunos, que não só se predispuseram a desempenhar a atividade, com bastante entusiasmo, como comunicaram e demostraram admiração pela nossa iniciativa.

M7: Adoro ser monitora. É preciso estar sempre atenta, pois os alunos do 7º e 8º anos são muito exigentes e, se não estiverem motivados e com tarefas precisas, distraem-se. Por isso o nosso lema, de nós monitores, é: Aluno desocupado é trabalho dobrado.

M8: Foi-me proposto fazer parte da Escrita Divertida do projeto Comunicar. Inicialmente, a resposta foi “de maneira nenhuma”. No entanto, devido ao encorajamento por parte de alguns colegas, que já eram membros, acabei por ingressar num projeto resultante do trabalho e dedicação dos intervenientes. Este Ateliê possibilitou-me melhorar a escrita e a compreensão textual, a partir das atividades desenvolvidas com os alunos do Básico.

M9: Participar nestas sessões, enquanto monitora, teve um impacto muito positivo na forma como perceciono o mundo. Sendo eu própria uma apaixonada pela escrita, e sabendo que me era facultada a oportunidade de partilhar este pequeno talento com alunos entusiasmados e criativos, não consegui recusar! É certo que, por vezes, somos consumidos pelo stress e exigência associados ao nosso trabalho, mas um bom monitor nunca se toma por incapaz de virar as costas a tamanho desafio. Apesar de todo o conhecimento que pude transmitir aos alunos, considero que este projeto me marcou muito mais do que eu alguma vez o conseguiria marcar. As sessões do Ateliê Escrita Divertida, para além de me tornarem uma melhor escritora, promoveram a minha formação moral, enquanto cidadã do mundo. Desta forma, aprendi a verdadeira densidade das palavras, das relações humanas, das sensações que constantemente experienciamos e da dinâmica pela qual todos nos regemos.

(Revista LMEM, maio de 2019, página 48)

  

Outros projetos AFC em execução no AEPL 

 

Referências bibliográficas

   

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Azevedo, J. (2013). Como se tece o (in)sucesso escolar: o papel crucial dos professores. In J. Machado & J. M. Alves (Orgs.), Melhorar a escola - Sucesso Escolar, Disciplina, Motivação, Direção de Escolas e Políticas Educativas(pp.39-54). Coleção e-book. Porto: Universidade Católica Ed.

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Hargreaves, A., & Fullan, M. (2012). Professional Capital: Transforming teaching in Every School.New York, London: Teachers College Columbia University & Toronto, Canada: Ontario P. Council.

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UNESCO. (2011). International Standard Classification of Education - ISCED. Montreal; Quebec: Unesco.

  

Nota curricular das autoras

  

Ema Alves - É professora de Português e Francês na escola Básica e Secundária do Padrão da Légua desde 1990/91. Tem um curso de pós-graduação e um mestrado da Faculdade de Letras do Porto nas áreas da Supervisão Pedagógica, Formação de Formadores e Didática do Francês. Encontra-se desde 2017/18 a lecionar Português no âmbito da Articulação e Flexibilidade Curricular.

Lídia Serra - Licenciada em Biologia pela Faculdade de Ciência da Universidade do Porto, nos ramos educacional e científico-tecnológico. Mestrado em Biologia Marinha pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Ao nível do ensino foi orientadora de estágio, integrou diversos projetos de escolas e equipas educativas, bem como, desempenhou diversos cargos de supervisão pedagógica, incluindo a coordenação do PAFC e da AFC. É coautora de manuais escolares. Presentemente, é professora do Quadro do Agrupamento de Escolas de Águas Santas e investigadora no Centro de Investigação para o Desenvolvimento da Universidade Católica do Porto, onde está a concluir o doutoramento.

Maria de Nazaré Coimbra - É docente do ensino secundário com acumulação no ensino superior. Professora convidada de supervisão, formação e desenvolvimento profissional do mestrado em Ciências da Educação da Universidade Lusófona do Porto. Investigadora do CeiED da ULHT. Formadora de cursos de formação contínua para docentes, sobretudo na área das línguas, é avaliadora externa da Bolsa de Formadores Internos do CFAE de Matosinhos (centro de formação docente). Como formadora, dinamiza cursos de formação creditados, na área das Ciências da Educação, incluindo Supervisão, Metodologia de Projeto, Didática da Língua Materna e Investigação-ação. É autora de artigos científicos na área da Supervisão pedagógica, em revistas nacionais e internacionais. 

  

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Nota - Ilustração inicial de domínio público disponibilizada por Pxhere

   

 Agradecemos, desde já, a sua opinião sobre este número - ozarfaxinars@gmail.com

 

 

 

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